quinta-feira, 16 de julho de 2009

Há mar e mar, há ir e nunca mais voltar


Tenho estado ausente, em sintonia com as outras ausências da minha vida.
Não faz mal, aprendi a aceita-las, a respeita-las e até gosto delas. Fazem parte da natureza das coisas e como tal, devem fazer também parte de mim.
Se penso sobre elas, logo lhes acrescento algum valor. Se as ignoro, anulo-as, retirando-lhes o seu peso. Por isso mesmo, não penso mais sobre as coisas. Prefiro sê-las.
Eu sou essa ausência de dor dentro de mim, esse nunca mais que me cumprimenta todos os dias.
Enquanto a for, ela vive em mim como sinal do que um dia já existiu, como expressão da sua saudade.
Estou de volta agora, e ela também, de tão agarrada a mim que está.
Desse modo, o que poderia ser apenas uma ausência, torna-se afinal uma ausência presente, em forma de mim.
Só quero que saibas, que nunca te esqueci.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A minha guerra ganha

Começou a guerra. As bombas estão por todo o lado.
Viva a coragem que é o escudo do vencedor.
TIC TAC TIC TAC
Eu cá prefiro morrer no campo de batalha de força erguida, que atrás de um arbusto como um cobarde cagando nas calças.
Estou alerta. Treinei os meus sentidos para o mais pequeno vislumbre de perigo.
Os feridos ficam pelo caminho, nesta selva de jogadores.
Eu já ganhei, porque estou do lado do bem e as minhas forças são em potência infinitas.
Eu sou vencedora, porque acredito que posso vencer uma guerra que não presta. Que não está á minha altura.
Por isso sou a armadura onde chocam as balas, impenetráveis nos meus músculos de orgulho e resistência.
Não tenho pena, tenho lema. E o meu lema é vencer.

Capitão Squizo Snow White, 3º batalhão dos sonhos VS CCB (cabras e cabrões baleados)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

My Queen of Hearts


" Let Them Eat Cake!"

O tic-tac da minha valsa

Chegou o dia. Chegou a metade do meu e do teu tempo.
O tic-tac compõe a valsa dos meus medos, sopra o balão dos meus sonhos para ti.
Dança comigo meu amor, não percas tempo. Esse maldito que nos rouba o balancete da paz.
O medo é ilusão dos ponteiros que fazem crêr que a hora se aproxima. Ela virá, é sabido, mas segredam-me os anjos que o céu será nosso e que o sol se enamorará das estrelas.
Não temo os passos que serão um dia só teus, das despedidas e soluços da dança. Um dia chorei por nunca ter dado as mãos a esta valsa bonita. Hoje sou feliz.
Espero o teu desabrochar como a natureza acolhe o dom de uma nova flor.
O nosso vínculo é o da unidade, essa que eternizarás quando os teus olhos repousarem nos meus.
As cartas de amor são ridículas, Sr. Pessoa! Ah, ah! Como são tolas e como principiam
o reino da magia: a timidez do sentir expressa na vontade de o dizer.
Por isso, meu querido anjinho, toma o meu colo e nele dança a nossa valsa do amor.

domingo, 5 de julho de 2009

Ao anjinho Pedro Maria


Ainda não nasceste e já vives dentro de mim.
O teu coração é o meu, somos os dois a mesma circunstância.
Imagino as tuas mãozinhas perto das minhas maiores.
A minha fragilidade será a tua força.
Existes para vencer.
És a natureza mais bonita que alguma vez senti.
Obrigada meu anjinho, por me fazeres tão feliz.

A Natureza do Meu Mestre


De comoção, chego às lágrimas.

XXXII

Ontem à tarde um homem das cidades
Falava à porta da estalagem.
Falava comigo também.
Falava da justiça e da luta para haver justiça
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm fome,
E dos ricos, que só têm costas para isso.

E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia
O ódio que ele sentia, e a compaixão
Que ele dizia que sentia.

(Mas eu mal o estava ouvindo.
Que me importam a mim os homens
E o que sofrem ou supõem que sofrem?
Sejam como eu-não sofrerão.
Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros,
Quer para fazer bem, quer para fazer mal.
A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.
Querer mais é perder isto, e ser infeliz.)

Eu no que estava pensando
Quando o amigo de gente falava
(E isso me comoveu até às lágrimas),
Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos
A esse entardecer
Não parecia os sinos duma capela pequenina
A que fossem à missa as flores e os regatos
E as almas simples como a minha.

(Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com o florir e ir correndo.
É essa a única missão no Mundo,
Essa-existir claramente,
E saber fazê-lo sem pensar nisso.)

E o homem calara-se, olhando o poente.
Mas que tem com o poente quem odeia e ama?

Alberto Caeiro

Um domingo amoroso


SWEET SUNDAY...
Não, este não é o primeiro dia do resto da minha vida. Isso é, mais do que uma falácia idiota, uma frase sem sentido. Este é praí o 162986862704e84 dia da minha terna existência desconhecida.
Mais um domingo, mais um blog, mais um "ter que fazer".
É contudo um domingo amoroso, principalmente porque está replecto de amor. Do sofá da minha sala enfrento o pedaço de mundo virtual que tanto detesto, mas para contrariar o que seria esperado pelos meus fans seguidores, os meus discípulos do coração, criei um blog, só para contrariar. Só para ser mais uma a fazê-lo. Para contribuir para mais uma banalidade. Isso satisfaz-me neste domingo amoroso.
Tenho repudiado todos os super especiais, aqueles que marcam a diferença. Neste momento sou só mais uma, isto é só mais um texto, simplório e sem interesse. Misturo-me no meio do comum, e o cheiro a que o comum transpira é um bafo de tranquilidade.
Sejas quem fores, a tua diferença é apenas a subtração para com o resto que não és tu. Por seres uma unidade singular, marcas um lugar, tens direito ao teu show privado. Nunca serás mais que essa migalha inchada, com ou sem reconhecimento.
Por isso, neste domingo amoroso, escrevo as minhas primeiras palavras no meu primeiro blog, e incho de orgulho, tal como as pataniscas que desejo fazer hoje para o jantar.
S.S.W